Dói ouvir a vida toda que seu cabelo é feio, é de pixaim, é de Bombril, é ruim, é volumoso demais e dá muito trabalho. Dói tanto que você passa a acreditar nisso e sua autoestima é minada desde criança.
Você cresce se odiando e concordando que, de fato, há algo errado com você que precisa ser mudado, alterado, camuflado para que, talvez assim, você seja aceito (a).
Aí você passa horas se expondo à chapinha, às químicas nocivas à sua saúde, ao chapéu ou até à máquina 0, mas a sua estética tem que ser alterada de alguma maneira, caso não, você é feio(a), sujo(a), desleixado(a), entre outras barbáries.
É por isso que essas comparações doem tanto, machucam. Não é mimimi, é racismo. E racismo dói!
Arte do Petit Abel.